domingo, 27 de abril de 2014

ETERNA SOLIDÃO...




Durante toda minha vida  achei que fazia realmente o certo,  cuidar da família, criar os filhos, abdicar  de sonhos e esperanças,  era feliz enquanto tudo dava certo,  os sonhos sempre ficavam em ultimo plano, mais mesmo assim continuava a vida, nem imaginava como tudo isso era cômodo e  que já fazia parte de uma rotina do meu dia a dia,  quando me sentia vazia lia muito era uma fuga para os dias de turbulências, e assim começava a saga da busca pelo meu “eu”. Nem tudo estava perdido porque era assim na leitura que aprendi a ser tudo que hoje tenho como bagagem para me alimentar, e assim continuar a viver, tentava muitas vezes me enganar fazendo viagens para esquecer  aquele mundinho que pensava ser realmente  ser o certo,  mas quando chegava ao retorno do lar tudo voltava ao seu ritmo normal  a vida corria como um rio que segue o seu destino  sem retorno e sem passado, que cada vez ficava muito longínquos,  e mesmo assim não desanimava e continuava a fazer sempre o que achava ser o certo, sei que não falhei na educação dos meus filhos e muito menos na minha própria  existência,  procurava me concentrar tudo em benefícios do outro e minha vida realmente nunca importava, era uma verdadeira correria,  tinha os momentos de muitas alegrias e também os momentos de sofrimentos e reflexões, mas nunca desistia e assim a vida corria,  quando pensei que tudo estava realmente normalizado vinha aquela tempestade e o alivio nos tempos de bonança,  o amor era concreto e forte e muitas vezes regado de solidão e platonismo, mas sempre num caminho sem volta,  muitas vezes pensava se devia prosseguir ou desanimar, mas a alegria do sorriso e  da família reunida era para mim como um balsamo de cura na minha alma,  sei que enfrentar as intempéries  desse mundo tão idealizado e querido, um sonho acalentado desde os dias de minha infância que era feliz e não sabia, mas nunca pensei que tudo isso fosse ser como realmente idealizei,  sim a pior parte dela foi a perda de um amor que cuidava, cultivava e  me alimentava no meu ego falido e na negação de tudo que realmente pensava ser,  como fui tola de pensar que tudo isso realmente ia me levar a lugares de sonhos e pensamentos nutridos desde a minha grande trajetória da minha vida,  num futuro promissor que além de tudo  era muito esperado, fazia planos e  sempre  na intenção de um dia poder reviver tudo o que poderia  ser para mim a minha verdadeira identidade,  mas não,  rodei em círculos e  a caminhada da vida sempre voltava na mesma direção a minha família, que sempre foi tão importante pra mim, pensava que tudo isso  era a felicidade, como que uma família pode ser feliz faltando um pedaço, filhos já crescidos e  criados e um amor que desaparece como um passe de mágica, abandona tudo e não pode mais retornar para que eu possa sentir o acalento do afago da segurança que um dia me prometeu, me pergunto o porque de tudo isso, porque as pessoas desaparecem sem pedir licença, e sem dizer um único adeus, e fico na grande espera de um dia possa haver aquele grande encontro na eternidade e  tirar todas essa dúvidas que ficam pairando no ar, o que fiz para merecer isso, a vontade simplesmente de ser feliz? Não encontro a resposta e fico indignada , de como seria esse meu destino, de viver realmente só? O tempo passa a sensação de ninho vazio a esperança de viver um mundo melhor com toda a liberdade dos sonhos que idealizava todos os dias de minha vida,  mas o tempo passa os sonhos ficam cada vez menores, as escolhas cada vez mais escassas, e assim agarrar isso como uma tabua de salvação para os últimos dias de minha vida, a oportunidade dos sonhos estão ai bem na nossa frente, mas a esperança acaba e tudo isso parece uma tremenda farsa do destino, e assim tudo que parecia ter importância acaba por desmoronar e a busca de tudo o que tinha a maior importância acaba parecendo tudo uma tremenda mentira, pra que correr tanto em busca de algo que nem imaginamos o que pode ser, a alma fica pequena, a vida fica mais amena e sentimos uma grande impotência de saber que não temos mais animo, que a luz se apaga e que cada vez percebemos que falta pouco pra realizar aquilo que sempre tememos a busca do próprio ser, que numa grande avaliação se percebe que a ironia do destino nos deu uma grande rasteira, e assim fica pensando o que é prioritário hoje na vida, se realmente vale a pena tudo o que fizemos através dos anos, se o mundo hoje é cada vez mais individualista e que as pessoas não estão preocupadas com a sua felicidade, e sim viver sua própria vida, e cai a ilusão de ser “superior” em tudo e fica aquela laguna de onde se encontrar e de como realizar a sua participação nesse mundo, mas pensamos que a vida é realmente pra ser vivida e continuamos por obra desse destino que nos leva a lugares que jamais imaginamos e que nos traz um pouco de dignidade, e assim percebemos uma grande realidade de que tudo isso serve apenas para a lei da sobrevivência e só assim sentimos que nem tudo está perdido e que se restar apenas um pequeno sonho a ser realizado temos que agarrar com unhas e dente e seguir em frente, mesmo sabendo que a realidade disso tudo se resume numa única frase: “ Enfim Só”.

Marcielena Gonçalves de Sousa

Lançamento da Antologia "Palavras Desavisadas de Tudo" Scortecci Editora 2013.


AMOR TRANSCENDENTE



Encontros eternos sem medo
De todas as paixões e mistérios
Na loucura desse amor insano
Quero-te a todos os momentos
Viver e morrer apenas te  amando

Quero vencer todo o medo
Apesar de todos os lamentos
Que a vida nos soube dar
Amei-te muito apesar dos sofrimentos
Esse amor tão provocante e violento..
Mesmo assim ainda quero te amar

Sinto a falta dos teus carinhos
Do aconchego do nosso ninho de amor
Saudades de tudo  que vivemos
Dos segredos compartilhados
Do luar entrando pela janela
E da lua a nos olhar...

Hoje o que resta é a lembrança
E tenho muita esperança
Que um dia as de voltar
Quero lembrar-me do seu rosto
E durmo e penso em você
Mas vejo apenas um vulto
Envolto num raio de luz
Mas mesmo assim te procuro
É nunca mais vou te esquecer.


Marcielena Gonçalves de Sousa

sábado, 2 de novembro de 2013



BIOGRAFIA

Marcielena Gonçalves de Sousa, nascida em Santos, em 16 de outubro de 1950, criada em Guarujá-SP, pelos avós maternos, estudou em São Vicente-SP, no Educandário São Gabriel, em 1957 a 1962, estudou o 2º grau no Colégio Dottori em São Paulo, casou-se em 1971, em São Paulo, com Julio Gonçalves de Sousa(in memoriam) e teve três filhos, Julio Alberto, Marcos e Fernando Gonçalves de Sousa,e tem 5 netos, Lucas, Pedro, Beatriz,Laura e João Pedro. Quando voltou a estudar aos 40 anos de idade, prestou vestibular e começou a fazer filosofia, na Universidade São Judas Tadeu, Campus Mooca, SP, hoje no 5º semestre pretende se formar é seu maior sonho. Lançou seu primeiro Livro "O Cavaleiro Negro no Deserto" 2002, conto ficção pela Scortecci Editora, o segundo Livro " A Missão de Jope" romance ficção, pela Scortecci Editora em 2006, ambos lançados na Bienal Internacional do Livro de São Paulo, participou nesse ano de 2013, da Antologia "Palavras Desavisadas de Tudo" Volume II, pelos 30 anos da Scortecci Editora.